sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Camille & Rodin ou a gente nasce pra ser aquilo que é

Rodin disse pra Camille:
Suma daqui com suas mãos!
mas acontece que aquelas mãos eram dele, somente dele
aquelas mãos eram ele em sua expressão máxima de contentamento
e Camille, em sua loucura completa de amor prefiriu
ficar sem elas, as mãos,
mas ficar com ele completo, vil e sereno

Daí que eu não sei escrever poesia
e meu lirismo nunca foi lá grandes coisas
porque né, nem tudo o que é passional é pra ser escrito
e eu não sou essa moça
cândida, doce, poética, linguista,
sou essa aqui
mulher de mim
louca, como Camille,
que prefere ficar sem as partes
em frangalhos
sendo sumariamente o que nasci pra ser
de tudo um pouco
de nada
animal
que na loucura não reconhece o outro
extirpe e grita
até se encontrar numa poça de sangue e porra

aly