quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Passivo-Agressivo

Eu tive um sonho. As paredes eram vermelhas e o céu cinza-chumbo, num tom perfeitamente depressivo. Era final de uma tarde púrpura e o ar era pesado, mas de uma forma gostosa. Os prédios eram todos altos e caiam sobre nossas cabeças, escuros como a noite. Eles me intimidavam, mas o estranho é que eu ansiava por fazer parte daquilo. A visão era linda. Tons de carvão misturados a um rosa flamejante.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

[that's an order II]

[that's an order II] esteja lá/dê aquele sorriso que só eu entendo/me conte tudo/esteja perto/me mande mensagens/códigos/chaves/me beije com ardor quando eu chegar/diga que não pode mais viver sem mim/ veja o filme comigo/diga que eu alegrei seus dias cinzas/ use preto/ me compre um livro/me oriente/ me apresente/ me desequilibre/ me dê um apelidinho idiota/ sussure/ tome um drink comigo/ me dê uma carona/ entre no meu sonho/ durma comigo, abraçado/ligue pras minhas manhas/seja cavalheiro/viaje comigo/seja surpreendivel/me diga palavras novas/não duvide de mim/não tanto/me peça pra cozinhar/compre um vinho branco/ apareça de repente/ se mantenha/ entenda meus limites/me toque/ tenha algo no olhar/tire uma foto/me dê um doce/me acalente/diga o que precisa dizer/almoce comigo/afague meus cabelos/me conte piadas/me abrace na rua/não chore a toa/ me corte/ discuta comigo/tome chuva/ seja cético/escute a minha música/ofereça pra mim/dance comigo/dance pra mim/acredite/me leve pra ver o por do sol/ seja inedito/seja clássico/pegue a minha mão/[that's an order II]

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Carta aberta ao breve desamor

Oi desamor, como vai?
Se te escrevo hoje, é porque temo pelo futuro, pela minha sanidade, pelo meu sangue.
Se te escrevo hoje é porque eu sou uma pessimista nata e errante.
Não sei onde erro desamor, não sei mesmo. E parece sempre aquele mesmo erro, o de se importar demais. Você é tão querido. Eu gostaria de poder exemplificar pra você o que eu estou sentindo agora, é aquele desespero que você conhece, mas de forma diferente. Sou apocalíptica. Meu peito tá cheio de dor, não sei como me comportar, tento reprimir, mas acho que não vai dar. Afinal, você está sempre aqui, enchendo os espaços com suas camisetas de cores neutras. Escuras. Desamor. Na verdade, percebo que não é só meu peito que está doendo. Tudo doí. Aquela dor irritante de quando alguma coisa está morrendo. Queria me salvar, queria nos salvar. Queria compreender que nada pode dar certo quando começa errado. Mas começamos errados? Eu esperei algum tempo pra ter você; anos. Sempre o mesmo erro, inacreditável. Estou perdida. Estou entregue.
Porque sinto como se você já tivesse ido, e me deixado aqui?
Ou sou eu que me afasto a cada minuto, cortando drámaticamente aquilo que chamamos de vinculo?
Sim, estou perdida.
Saliva. O seu gosto. olhos nos olhos. violência.
Me entrego demais, desamor, eu sei. Me perdoe. Devo agradecer a Deus pela minha intensidade ou devo acender uma vela pedindo pra ser diferente? Eu queria ser diferente, queria que tivesse sido tudo diferente, mas sei que faria tudo igual, de trás pra frente. é aquela coisa da natureza de cada um. Passional. Te dei a mão, estendi meu corpo à você. Não poderia fazer nada que fugisse disso. Completa e irracional liberdade. veja. Sou desfrutável. porque eu não sei me dar aos pingos. Não sei ser pouca, e isso me causa transtornos absurdos e absolutos. Estou em conflito. Tenho o demonio da carne tatuado no corpo. Por isso desamor, se você se for, não bata a porta. não diga palavras fora do tom. não me julgue, meu querido e doce desamor. Tenho olhos para você, estou te vendo panopticamente. dentro de mim.
um abraço apertado e um beijo ardente e afetuoso,
aline