segunda-feira, 4 de março de 2013

Mar Cáspio

todas as coisas que você me disse eram verdades -  partiremos desse ponto e buscaremos juntos tudo o que me tornei,
eu velejei pela primeira vez em suas ondas anos atrás, quando a beleza dos dias era o que contava e
quando todas as confusões de nossas vidas pequenas eram nuvens, suaves e sem contorno. bruma, eu rodava pelos lados, esperando, esperando e esperando. era a vida que era assim, e não eu. porque eu não era naquela época, eu fui sendo depois, construindo meu castelo de pedras dia após dias depois que a tormenta passou. mas não era uma história linear, eu vivia de contos, de apego, de passados que nunca existiram, eu vivia com as sirenas e clamava pela luz do dia no mediterrâneo. eu saí sozinha, viajando pelo mundo apoético e apocalíptico, vazio, bonito, eu queria ver as estatuas, eu queria serviar àqueles deuses todos, aquelas cores todas.
{você}E eu nunca soube o que era marola e o que era tsunami. eu estava sempre no meio-fio, meio-termo, mar virado, ventania insana sobre a minha cabeça que descia em espiral por coisa qualquer. vou pelo mais mediocre dos suspiros,  pela respiração ofegante dos que estão prestes a desestar.
deserto de mim mesma para poder me jogar em você, com adoração e desespero.



eu não queria acordar, eu nunca quis, você não percebe?