quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sinto uma coisa por ele que meu coração não ousa classificar

o teu amor é uma mentira
que a minha vaidade quer
e o meu poesia de cego
você não pode ver
não pode ver que no meu mundo
um troço qualquer morreu
num corte lento e profundo
entre você e eu


eu nunca quis te cortar da minha vida. nunca. entre todos os propósitos, todas as coisas que nós dissemos um ao outro, você nunca saiu. porque um dia eu acordei e amei você, amei com a intensidade de quem ama o sol. era tão bonito, tão completo. não me desfaço de você para não me desfazer de mim, sem laço, sem glória.
e quando você diz que minha respiração muda, que meu tom de voz muda é porque eu me agrego a você na tentativa de entender o sublime que há em nós.
você entende?
eu disse tanta vezes o seu nome dentro de mim.
e quando eu te odeio, quero dizer que sinto muito por tudo o que você causou, sinto muito por te querer bem sempre. E só Deus sabe o quanto isso é horrível.
querer bem a quem nos mutilou é como sangrar até morrer
é a alegoria dos desesperados
é a irônia maior da vida

no principio era o caos
enxergar na morte a vida
enxergar a morte em você
e em toda a temperança que nos rege.

(texto publicado originalmente no zipadas, em 22/06/2009)

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