segunda-feira, 13 de maio de 2013

who will survive and what will be left of them?

quem diria
que entre mortos e feridos
salvariam-se todos
se alguém me perguntasse
eu diria que eu não
que eu ia morrer de morte morrida
que eu preferia assim
do que simplesmente vagar por aí, pelos nossos lugares
sozinha
por todas as igrejas que entramos
percorrendo noites na chuva
para rezar com devoção para aqueles santos
que você sabe que eu adoro
sobrevivendo
ao seu gosto na minha boca
misturado à alcatrão e vodca barata
saboreando esses momentos de penúria
sabendo que mais dia menos dias
eles iriam acabar
esquecer é silêncio, eu já disse isso
então às vezes, quando me pego calada
me pergunto:
e se tivéssemos feito diferente? e se eu tivesse feito diferente?
mas saiba você, meu amor de novembro
que eu não poderia nunca ter feito diferente
e essa é a nossa natureza
e por isso estamos aqui
eu posso afirmar que o sangue tá pulsando nas minhas veias
vermelho e espesso
viva, lúcida, palpável.
só não posso dizer a você o que foi deixado de mim
porque isso por si só
já é assunto
pra outra história







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